segunda-feira, 18 de agosto de 2014

A LÍNGUA E O FALAR

Qual foi a última vez que você falou o que não devia, no tempo errado e de maneira inadequada?

Você é alguém que fala muito (pelos cotovelos)?

Você conhece alguém que de tanto falar bobagens, de tanto falar dos outros, de tanto reclamar e murmurar da vida e de todos é geralmente evitado e rejeitado nas rodas de conversa?

Você conhece líderes e esposas de líderes que comprometeram (ou comprometem) seus ministérios por falar demais? Por sempre estarem dizendo que são vítimas de perseguição, por amaldiçoarem “inimigos”, por uma eterna insatisfação com as circunstâncias?

Você alguma vez já se arrependeu por ter falado pelo impulso do momento, no calor das emoções?

Bem vindo ao mundo do tropeço nas palavras!

Um cavalo bravo que precisa de freio, um leme de uma grande embarcação, um fogo incendiador, uma fonte de águas, uma árvore produtora de frutos. Assim é a língua (Tg 3.3-12).

Como já abordado na lição sobre “O cuidado de falar”, precisamos:

– Ter cuidado com o falar fora do tempo: Há um tempo certo para falar as coisas, e para ficar calado (Ec 3.7). Falar uma verdade, ou tecer uma crítica ou comentário, implica em discernir o momento oportuno. Falar a coisa certa no tempo errado poderá resultar em grandes transtornos. Antecipar a fala, ou falar tardiamente não atitudes que implicam na falta de sabedoria.

– Ter cuidado com o modo de falar: Controlar a maneira de falar, principalmente quando sentimentos de indignação, raiva e ira nos envolvem, não é tarefa muito fácil. Nossas palavras geralmente carregam e expressam no tom os nossos sentimentos. Gritar ou levantar o tom da voz é uma das maneiras de manifestar indignação. Desenvolver a inteligência emocional que nos leva a pensar não antes de falar é um grande desafio a ser alcançado. A grande questão aqui não é a de não demonstrar os sentimentos no falar, mas de perder o controle dos sentimentos e da fala.

“A resposta branda desvia o furor, mas a palavra dura suscita a ira.” (Pv 15.1)

“A língua serena é árvore de vida, mas a perversa quebranta o espírito.” (Pv 15.4)

– Ter cuidado com o que falar: O conteúdo da fala do cristão deve estar livre de mentiras ou jogos semânticos. Mentir descaradamente ou dissimuladamente é pecado. O diabo é o pai da mentira. Uma meia-verdade é também uma meia-mentira. Tentar dissimular através do falar e de jogos semânticos diante de pessoas inteligentes demonstra a falta de inteligência do dissimulador. Palavras de baixo nível não devem fazer parte do vocabulário do cristão. Há pessoas que antes de falar mentiras aos outros, mentem para si mesmos, enganando o seu coração (Tg 1.26). As pessoas falam mentiras para conquistar ou manter-se em posições já conquistadas. Há pessoas que falam para difamar, injuriar, denegrir, humilhar, etc. Tenhamos cuidado com o que falamos, pois seremos julgados por isso.

“Está na boca do insensato a vara para a própria soberba, mas os lábios do prudente o preservarão.” (Pv 14.3)

“A língua dos sábios adorna o conhecimento, mas a boca dos insensatos derrama estultícia.” (Pv 15.2)

“A língua dos sábios derrama conhecimento, mas o coração dos insensatos não procede assim.” (Pv 15.7)

– Ter cuidado com o local de falar: Há locais adequados para determinados tipos de conversar, discussões, etc. O ambiente deve ser considerado na ora de pronunciarmos algumas palavras, de revelarmos alguns fatos, ou de denunciarmos alguns erros. Questões que ganharam publicidade ampla talvez precisem ser esclarecidas na mesma proporção. As instâncias de discussões e soluções de problemas devem ser respeitadas. Muita bobagem e questões desnecessárias já foram faladas dos púlpitos das igrejas, e em salas da Escola Dominical

– Ter cuidado com a responsabilidade de falar: Omitir a fala pode ser considerado um ato de covardia e conveniência egoísta. Na direção do Espírito, fundamentado em princípios bíblicos, o crente não deve temer falar ou se posicionar diante das mais diversas questões que envolvem o cotidiano na família, trabalho, escola, igreja, etc., mas sempre considerando as questões aqui citadas. Como já citado, quanto maior o conhecimento e a posição eclesial, maior será o juízo divino sobre a fala (Tg 3.1).

– Ter cuidado com o "para quem falar": Há pessoas que não podem ouvir certas coisas, que logo distorcem, ou ainda tratam de contar para "todo o mundo", mesmo sendo questões restritas e delicadas. São os tagarelas ou fofoqueiros. Fuja dos tais. 

Haverá casos em que você falará no tempo, do modo, no local, da maneira, e a coisa certa, e mesmo assim sofrerá retaliações, incompreensões e perseguições por isso. Não tema! Confie em Deus, o justo juiz, que a seu tempo, e da sua maneira julgará a questão.

Tenhamos cuidado com a língua. Que ela esteja sob o controle do Espírito! 

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